Imagem: Shimbo Pottery 
A história do copyright começa com a peste negra que atingiu a Europa no século XIV, afetando o continente europeu não apenas socialmente, como também economicamente e politicamente. Esse fato é importante pois, na época, as instituições religiosas foram uma das mais atingidas por ela, o que acarretou na falta de escrivães (empregados da igreja ou próprios membros do clero) para realizar cópias restritas de livros e documentos que eram feitos de maneira artesanal. Mais de cem anos depois, já no século XV, Gutemberg aperfeiçoou uma combinação de técnica de impressão por pressão, que era muito mais eficiente e mais rápida que a cópia artesanal realizada por copistas escrivães, daí surgiram gráficas piratas ao redor de toda a França, as quais permitiram que a literatura entrasse no reino por meio de contrabando.
Durante o século XVI, Mary I, filha de Henrique VIII, tentou combater a imprensa na Inglaterra em apoio à Igreja, pois considerava o avanço da informação um grande risco para a restauração do catolicismo. Para isso, ela instaurou um decreto de monopólio de cópias que durou até o século XVII quando foi derrubado pela Revolução Gloriosa. No entanto, o monopólio do copyright voltou logo no início do século XVIII, e a partir daí houveram diversos “vai-e-vens” em relação ao copyright na Inglaterra.
Do final do século XX até 2010, a história do copyright foi resumida em um imperialismo estadunidense que impunha diversas exigências que deveriam ser cumpridas por outros países, para que assim, os EUA pudessem manter sua hegemonia econômica global. Em suma, a monopolização sempre foi e ainda é uma questão de manter países ricos no topo, privando a população em geral de obter certos conhecimentos, ter acesso a determinados materiais e publicar o que querem. O que se luta ainda hoje é pela democratização da cultura a partir do compartilhamento livre de materiais.

por Thayline Rodrigues