Imagem: The Founding

Não é de hoje a problemática envolvendo questões de autoria e copyright, como podemos ver na Europa do século XII, onde temos o domínio da produção escrita nas mãos da Igreja Católica, com limitações sufocantes ao conteúdo produzido, além do valor caríssimo para produção. Tal cenário é alterado por Gutemberg, que joga luz às dificuldades do ofício de copistas escrivães: através de novas
técnicas de impressão e a adoção de um novo tipo de papel, os processos de impressão são otimizados, facilitando a dispersão de informação por um custo mais acessível. Como já era de se esperar, essa revolução não agradou os membros do clero, que perdeu o controle das rédeas da informação. Alguns séculos mais tarde, Mary I (rainha da Inglaterra) retoma as rédeas, impondo um monopólio sobre todo material impresso produzido, ao qual chamou de copyright, retornando ao controle e censura. Mas o cabo de guerra não termina por aí: pós Revolução Gloriosa, há uma mudança na composição do Parlamento, que decide abrandar as penalidades para a violação do monopólio, o que gera um BOOM criativo na Inglaterra, algo que não fazia parte dos planos do Parlamento. E então? Monopólio da censura e do copyright restabelecidos. Em contrapartida, Estados Unidos e Alemanha viviam cenários diferentes: facilidade ao acesso a informação, com consequente avanço tecnológico e cultural.
As editoras, por sua vez, mantinham (e ainda mantêm) seus pedestais promovidos pelo monopólio, colocando à deriva os escritores e a população que busca por fontes mais robustas e acessíveis de conhecimento. Ou seja, o cabo de guerra citado anteriormente, perpetua: o Estado buscando alternativas de controle, a indústria livreira visando seu lucro, a população cercada e limitada e os escritores marginalizados, com seus nomes apagados de suas criações.
É óbvio que a discussão é exorbitante e complexa, porém basta um breve panorama para entender que a detenção do conhecimento e seu controle são sinônimos de poder.


por Amanda Gusmão