Imagem: Vincent Van Gogh

Segundo o provérbio, “conhecimento é poder”, mas poder o quê? Poder mudar o mundo com uma grande invenção capaz de transformar o modo de vida das pessoas ou poder aprisionar uma civilização inteira em um único modo de pensar censurado? Uma frase nunca se aplicou tão bem a um contexto quanto na Europa Ocidental de 1400. 
 A história do universo é marcada por continuidades e descontinuidades, construções e rupturas. Isso em nível ideológico, mas também da posse. A história do livro, foi atravessada pela história da Igreja católica que monopolizava seu conteúdo e divulgação, e assim exercia domínio perante aquela sociedade. Logo, “o conhecimento vos libertará”, como toda história tem uma ruptura - muitas vezes motivadas por interesses próprios, como quando o Rei da Inglaterra, Henrique VIII, rompeu com a igreja católica criando uma religião nova por motivos puramente matrimoniais -  isso acaba com o advento da máquina de cópias de Gutemberg, a partir de então a Europa Ocidental saiu das garras da igreja católica e isso muda a relação do mundo com o conhecimento. 
É mais ou menos assim que nasce a relação do indivíduo comum com o livro, agora pode-se ler e escrever livros. E, como o conhecimento é de fato libertador, muitas questões começam a surgir e serem debatidas. É bem verdade que o conhecimento liberta, mas também assusta. A liberdade para os oprimidos parece ótima, mas para os monopolizadores nunca é uma boa opção.  Assim, também nasce a história do copyright, o monopólio do material impresso. A história é um ciclo. 
Todo esse movimento se espalha para fora da Europa, os Estados Unidos passa a introduzir o copyright em sua legislação “... para promover o progresso das ciências e das artes… “ , que morre e ressuscita, mas sabe-se que o que está em jogo, para nós aqui e no mundo, é a tentativa de um equilíbrio entre o acesso público à cultura e o mesmo interesse público de que a cultura se renove. E hoje, conhecimento é poder de quem? 

por Stephani Izidro de Sousa