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Rick Falkvinge, fundador do primeiro Partido Pirata, faz uma série de posts sobre a história do copyright, mostrando a forma como esse fenômeno não é uma discussão a respeito de direitos, mas uma estratégia para manter o monopólio econômico dos produtores sobre os autores, seja de livros ou de música.
O autor dos sete textos inicia a história do copyright com a Peste Negra e a forma como essa pandemia esvaziou os monastérios onde estavam presentes os encarregados de fazer os livros naquela época. Com o processo dos tipos móveis na prensa, aprimorado por Gutemberg, a disseminação dos livros tornou-se mais rápida e mais acessível. 
Com isso, a Igreja Católica se revoltou por não ter mais o controle sobre o que era produzido e lido, correndo o risco de circulação de textos contendo heresias. Nesse clima de controle, os reinados de Mary e Elizabeth na Inglaterra, marcam o surgimento do copyright, desenvolvendo um sistema de monopólio e todo o material impresso no reino é concedido à Companhia dos Livreiros – os produtores de livros naquele momento –, e censura por parte da coroa em 1557.
No vai e vem da constituição do Parlamento, os monopólios foram dados e retirados dos Livreiros, que alegavam mentiras como as de que com o surgimento das bibliotecas públicas a produção de livros acabaria. Isso fez com que as decisões da extinção do monopólio do copyright por parte de um Parlamento impactado negativamente por essa lei voltasse novamente em vigor.
O autor afirma que os primeiros fundamentos da democracia moderna e das liberdades civis foram estabelecidos nessa batalha contra o monopólio do copyright. A Constituição americana, estabelece a concessão de copyrights, pensando na circulação de cultura no país. O copyright até então é pensado na circulação de cultura ou no favorecimento econômico dos produtores, e nunca pensado nos direitos dos autores e artistas. O Parlamento assumiu em 1849 que a sociedade se beneficiaria do acesso público à cultura, aprovando a lei das bibliotecas públicas. No final do mesmo século, os autores continuavam ganhando muito pouco por suas obras.
Depois da morte de Victor Hugo, que idealizava algo parecido, cria-se a Convenção de Berna, determinando que os copyrights de um país deveriam ser respeitados, o que é zelado até hoje. As quatro características principais do monopólio do copyright são o monopólio comercial sobre a impressão ou gravação de um trabalho; o monopólio comercial das apresentações; o direito moral de reconhecimento do criador; o direito moral de vetar uma apresentação imprópria do trabalho. 
No século 20, esse foi mudado para um debate da música, em que as gravadoras necessitavam de acordos de copyright para seus monopólios. Os EUA, por interesse econômico, começam a ir atrás de negociações para contornar a convenção de Berna e fortalecer sua indústria. Acordos que surgem para enriquecer países ricos em detrimento dos pobres.
O autor conclui seus posts, com uma proposta de compartilhar arquivos, uma vez que é uma disputa de interesse econômico e financeiro, o que o autor defende é o compartilhamento de conhecimento e cultura para dar poder ao publico e retirá-lo dos grandes monopolizadores.

por Bárbara Pauletto Fragalle